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The aim of life is appreciation; there is no sense in not appreciating things; and there is no sense in having more of them if you have less appreciation of them.


..........................................................................................................Gilbert Keith Chesterton
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domingo, 2 de dezembro de 2007

O direito a ser avaliado

Não há nada pior nem mais desgastante para um profissional do que não saber se é bom ou mau. Numa profissão como o ensino, em que os efeitos do que fazemos só se fazem sentir, muitas vezes, anos depois, este desgaste é especialmente notório, principalmente numa cultura em que os responsáveis são avaros tanto nos elogios como nas críticas.
A pergunta que qualquer professor digno desse nome faz a si mesmo é esta: eu ensino bem, ou ensino mal? Muitos, suspeitando (às vezes sem razão) que ensinam mal, gastam o melhor do seu tempo e do seu esforço com tarefas que são acessórias mas que têm resultados imediatamente visíveis.
Para estes, vêm aí bons tempos. É com base nestas tarefas que o Governo se propõe avaliar os professores. Para os que se preocupam com os alunos e com o ensino, e gostariam de ser avaliados por esta ordem de competências, o futuro já não se afigura tão risonho.

2 comentários:

Luis Grave Rodrigues disse...

É tão gratificante como invulgar ver um profissional que se preocupa com a sua própria competência, e é o primeiro a interessar-se pela sua própria avaliação de desempenho.

Digo eu, que sou advogado e profissional liberal e estou sujeito à mais feroz avaliação e ao mais impiedoso dos escrutínios: o do mercado!

Quanto aos professores, continuo surpreendido como das críticas que têm feito aos métodos de avaliação que aí vêm, parece que, por um lado só objectam à "chatice" de ter de fazer relatórios, e como, por outro, parece que defendem que "assim como está é que está bem".

Mas não: assim como está não está bem!

Mas, em vez de credibilizarem a classe propondo soluções alternativas ou melhoramentos às políticas governativas, os professores fazem greves por reivindicações salariais e passam à opinião pública que querem permanecer impunes na sua incompetência.

Porque, se qualquer professor quiser ter um mínimo de honestidade intelectual tem de reconhecer que o único método de avaliação de desempenho que actualmente existe é o de considerar um bom professor unicamente aquele que na sala dos professores durante os intervalos conta as melhores anedotas, é mais verboroso nas suas opiniões e é, afinal, "um gajo porreiro".

Ou então, cá fico à espera que me digam o nome de UM ÚNICO professor português que tenha sido demitido (não por ter faltado sucessivamente sem ter o cuidado sequer de apresentar um atestado médico) por se ter revelado incompetente, quer do ponto de vista científico, quer do ponto de vista didáctico.

Nem um!

Não: assim como está não está nada bem!!!

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JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

Luís:
Fazer um relatório é uma chatice. fazer cento e vinte numa tarde é uma impossibilidade - a menos que se invente uma «chapa quatro» qualquer que transforme tudo num exercício de futilidade.