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The aim of life is appreciation; there is no sense in not appreciating things; and there is no sense in having more of them if you have less appreciation of them.


..........................................................................................................Gilbert Keith Chesterton
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quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Estado opressor? Indivíduo oprimido?

É o mantra dos liberais: o Estado (geralmente descrito como excessivo, adiposo, inchado, paquidérmico, estúpido, voraz) oprime os indivíduos, impedindo-os de viver autonomamente as suas vidas e impedindo-os, sobretudo, de funcionar eficazmente na economia.

Há nisto um fundo - e talvez mais do que um fundo - de verdade. Mas confesso que a opressão do indivíduo pelo Estado, pelo menos enquanto se tratar de Estados democráticos, não me apoquenta especialmente.

Há opressores bem piores do que os Estados democráticos. Desde logo os Estados totalitários; mas também as tribos, os clãs, as seitas, as igrejas, as organizações paramilitares, as monarquias feudais do Médio Oriente, os traficantes de pessoas e de órgãos, as sociedades anónimas que mandam na Economia...

Os liberais pensam que os homens são tigres; e que se o Estado os deixasse entregues a si próprios poderiam enfim cumprir a sua vocação de caçadores solitários. Mas os homens, por natureza, não são tigres: são lobos, e vivem em alcateia. O «Indivíduo» (que os liberais tanto veneram, e eu também) não é um ser natural: é um artefacto. E só existe devido a esse outro artefacto a que chamamos «Estado».